Meu amigo Moisés Moreira, perguntou:
SERÁ QUE O STRAIN É ACURADO PARA INJÚRIA DISCRETA AO MIOCÁRDIO?
O motivo da pergunta foi esse caso:
Pcte feminina, jovem admitida na unidade de emergência com dor torácica atípica apos episódio de vias aéreas superiores há cerca de 10 dias. Apresentou ECG normal e MNM elevadas, mas sem curva típica para IAM.
Ecocardiograma transtorácico: normal
RNM cardíaca: pequenas áreas de realce tardio compatível com miocardite
Realizado strain bidimensional longitudinal, o qual não mostrou alterações da deformidade miocárdica em todas as paredes, com srain global e segmentar preservados.
Moisés levantou a seginte questão: "Será que se realizado o srain radial, teríamos encontrado alguma alteração?" (não foi realizado por limitação do aparelho)
Vamos aos fatos (à luz da Medicina baseada em evidência)
- No infarto do miocárdio, a distribuição do comprometimento do strain, revela a extensão da necrose: um infarto transmural é caracterizada pela redução do strain longitudinal, circunferencial e radial, enquanto que na necrose subendocárdica apenas o strain longitudinal e radial estão reduzidos, enquanto a deformação circunferencial está preservada.
- Na miocardite aguda focal, no entanto, a lesão miocárdica é principalmente circunscrita às camadas subepicárdica, sem estar necessariamente associada a alterações da contratilidade segmentar. Mas e quanto a deformidade (strain)? Há alguma resposta?
Alguns trabalhos sugerem que os Strain Longitudinal e Circunferencial costumam estar alterados em pctes com miocardite aguda com contratilidade preservada mas com evidências de dano subepicárdico à RNM (realce tardio) Particularmente, o strain longitudinal costuma estar reduzido em todo o miocárdio independente da presença de dano subepicárdico, embora segmentos com realce tardio tenham maior comprometimento do strain que as áreas sem. Strain circunferencial costuma estar reduzido naqueles segmentos com realce tardio com extensão >25% da parede.
Sugiro:
Myocardial Deformation in Acute Myocarditis With Normal Left Ventricular Wall Motion
Circulation Journal Vol.74, June 2010Strain Doppler echocardiography can identify longitudinal myocardial dysfunction derived from edema in acute myocarditis. –280
International Journal of Cardiology 126 (2008) 279
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Valva aórtica univalvar - by Fábio Soares
Paciente feminina, 25 anos, portadora de retardo neuropsicomotor e "sopro cardíaco" desde a infância. Internada em unidade hospitalar por febre de foco indeterminado há 7 dias. Ao exame físico, apresenta bom estado geral e nutricional, fácies sindrômica. Artelhos com certo grau de deformidade.Ausculta cardíaca revela B2 hiperfonética com sopro em crescendo/decrescendo em foco aórtico, com irradiação para pescoço, grau 3/6. Nota-se, ainda, pulsação proeminente da aorta na fúrcula esternal.
- Valva aórtica unicúspide é uma alteração congênita rara. Em uma série retrospectiva, a prevalência desta anomalia gira em torno de 0,02% da população adulta.
- É uma malformação congênita que resulta de valvulogênese anormal. Normalmente, as 3 válvulas e suas comissuras, desenvolvem-se a partir dos turbérculos ambrionários do tronco aórtico. Em uma valva bicúspide,o desenvolvimento de um dos tubérculos é interrompido, resultando em uma rafe, onde deveria haver uma comissura. Do mesmo modo, em uma valva unicúspide, ocorre falha no desenvolvimento das duas comissuras.
- Durante a diástole, as rafes freqüentemente se parecem com verdadeiras comissuras no eixo curto, tornando-se fácil confundir com valva tricúspide. Durante a sístole, entretanto, não há separação das válvulas, levando a uma abertura elípitica excêntrica em "boca de peixe".
- Existem dois tipos de reconhecidos de valvas aórticas unicuspides: unicomissural (mais comum) e acommissural, baseado na existência da ligação do orifício valvar e a parede aórtica.
- Esta população costuma apresentar dilatações da aorta torácica, podendo requerer procedimento cirúrgico na vida adulta.
Exemplo de caso clínico no link abaixo:
http://eurheartj.oxfordjournals.org/content/29/10/1295.full.pdf
Recomendo:
International Anesthesia Research Society Vol. 108, No. 3, March 2009
Ecocardiograma: Câmaras cardíacas de dimensões e espessuras normais, com valva aórtica univalvar, com estenose de grau discreto. Aneurisma da aorta torácica ascendente inicial (49mm). Arco aórtico a esquerda e sem evidências de obstruções.
- Valva aórtica unicúspide é uma alteração congênita rara. Em uma série retrospectiva, a prevalência desta anomalia gira em torno de 0,02% da população adulta.
- É uma malformação congênita que resulta de valvulogênese anormal. Normalmente, as 3 válvulas e suas comissuras, desenvolvem-se a partir dos turbérculos ambrionários do tronco aórtico. Em uma valva bicúspide,o desenvolvimento de um dos tubérculos é interrompido, resultando em uma rafe, onde deveria haver uma comissura. Do mesmo modo, em uma valva unicúspide, ocorre falha no desenvolvimento das duas comissuras.
- Durante a diástole, as rafes freqüentemente se parecem com verdadeiras comissuras no eixo curto, tornando-se fácil confundir com valva tricúspide. Durante a sístole, entretanto, não há separação das válvulas, levando a uma abertura elípitica excêntrica em "boca de peixe".
- Existem dois tipos de reconhecidos de valvas aórticas unicuspides: unicomissural (mais comum) e acommissural, baseado na existência da ligação do orifício valvar e a parede aórtica.
- Esta população costuma apresentar dilatações da aorta torácica, podendo requerer procedimento cirúrgico na vida adulta.
Exemplo de caso clínico no link abaixo:
http://eurheartj.oxfordjournals.org/content/29/10/1295.full.pdf
Recomendo:
International Anesthesia Research Society Vol. 108, No. 3, March 2009
domingo, 3 de outubro de 2010
Estenose Mitral Crítica - by Fábio Soares
Paciente feminina, 39 anos, apresentando desnutrição proteino-energética, dispnéia aos mínimos esforços. Evoluindo com oligúria e elevação progressiva das escórias renais, necessitando de procedimento dialítico.
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